29.4.13

Passeios pelo campo

Em Abril, assim que apareceram os primeiros raios de sol, a seguir às chuvas, fui apanhar espargos.

E eu a pensar que só havia espargos no campo, lá para o campo a valer, pelo meio do Alentejo profundo. Mas não. Há por todo o campo. Aqui mesmo, junto à minha casa, em poucos metros de terreno baldio nasce uma variedade muito diferente dos do supermercado. Estes são selvagens, claro. E têm um sabor suave a alho. São mais estreitos, alguns são verdes e outros mais escuros.

Gosto de comer os espargos ao natural: escaldados e mais nada. É como gosto dos camarões selvagens e da lagosta genuína. Será que as melhores coisas do mundo sabem melhor se forem cozinhadas ao natural?

28.4.13

Etiqueta para embalagem de bolachas glaceadas

Estive ontem à tarde a fazer algumas experiências com o publisher para elaborar uma etiqueta para a embalagem de bolachas.
Depois de ter experimentado uma série de programas online com o mesmo fim, resolvi que o melhor mesmo era optar pelo programa da Microsoft na falta dum melhor programa de design.
Bem, o resultado foi satisfatório. Sou inexperiente em design, embora toda a vida tenha feito alguns desenhos.  Penso que não me saí mal de todo para uma primeira vez.

Escolhi o azul e o vermelho. Não é bem vermelho, mas um tom que se aproxima mais do rosa escuro. (como já viram, também não sei nada de teoria da cor). Tem vermelho-255 e Azul-102. Adoro ver estas duas cores juntas.


Tenho de melhorar a imagem antes de imprimir. Vou fazer alguns testes e depois terei a versão final.

23.4.13

Borboletas de Primavera

Deliciei-me a fazer estas bolachas em forma de borboleta.
Escolhi uns tons pastel e, embora não tenham ficado muito bem nas fotos, ao natural estão lindas.

Tive alguns problemas.Comecei a decorar as bolachas com um bico demasiado largo e a decoração ficou pouco delicada. Comecei a sentir-me incomodada com o resultado final e decidi pintá-las com pincel. Posso dizer que me deu muito mais prazer e o resultado ficou delicado e com uma cobertura menos grossa, que era o que pretendia.

Desta vez estive a praticar para conseguir saber os custos exactos desta aventura. Sem qualquer lucro, as bolachas custam 0,60€, contando com as horas de trabalho e os produtos. Não consigo contabilizar o gasto em gás. Cada bolacha pesa 30 gramas antes da decoração. Penso que o preço final poderá ser cerca de 1€. Só me falta ganhar coragem e ir bater às portas dos cafés, mercearias e pastelarias para vender o meu produto. Isso é o pior, não sei se tenho perfil comercial. Mas aqui ficam algumas fotos possíveis, tendo em conta a péssima fotógrafa.



22.4.13

Recuperação de mobiliário

Estava na esplanada do café, perto da minha antiga casa, quando vi algumas pessoas a carregarem um cadeirão velho para a beira do caixote do lixo. Fiquei interessada mas na dúvida. Um amigo que estava comigo, especialista em restauro e em história de arte, ficou interessadíssimo mas triste por já não ter espaço para mais aquele móvel. É claro que o trouxe para a minha casa actual, que por aquela altura estava já a terminar a construção e podia albergar móveis velhos.

Só o ano passado é que deitei mãos ao cadeirão. Depois de tratar da madeira, dediquei-me aos estofos com ajuda da minha irmã. Num instante estava terminado. Não consigo datar o cadeirão com exactidão, mas penso que será das décadas de 50 a 70. É lindo, adoro-o. Dá-me uma alegria imensa e uma satisfação sem par poder olhá-lo todos os dias e saber que não paguei uma pequena fortuna para o ter, apenas gastos em materiais e tempo despendido.


Antes de tratar a madeira mas já depois de ter desmontado a estrutura do assento e das costas

Pode ver-se a madeira antes de lixada (zona com verniz brilhante) e depois de lixada (zona sem brilho)

O meu lindo cadeirão

Pormenor do braço do cadeirão, já polido e envernizado com verniz com pouco brilho.

Pormenor das costas, num tecido com padrão.



21.4.13

Estofar um cadeirão

Primeiro foi retirada toda a espuma e cintas do estofo. Lavou-se o cadeirão e foi depois lixado por duas vezes. A primeira vez foi utilizada uma lixa 80 para remover o verniz. A segunda foi para amaciar a madeira e prepará-la para o novo verniz e foi utilizada uma lixa 200 (se não me engano). A madeira ficou macia e suave ao tacto. Depois de limpo do pó, foram dadas duas demãos de verniz sem brilho com um pincel.

Quando as madeiras estavam preparadas passou-se ao trabalho de estofar. Primeiro foi necessário colocar as cintas que servem de amortecedor, tanto nas costas, como no assento. Foram pregadas à madeira com agrafes. A parte mais trabalhosa é o estofamento propriamente dito. Conheço dois tipos de espuma: a amarela e a cinzenta. A segunda é a mais espessa. Dentre cada uma existem várias espessuras. A espessura da espuma a utilizar foi escolhida a olho; amarela mas nem muito larga nem demasiado fina.

As camadas são como se segue: depois das cintas a espuma, depois um tecido fino de espuma (nem sei o nome mas pode ver-se pelas fotos) e depois o tecido final. O importante é esticar bastante bem todos os tecidos, em especial o final. Isto é importante para que não fique uma marca no sofá ou cadeirão cada vez que alguém se senta.

1ª parte- colocar cintas bem esticadas



2ª parte-colocar a espuma e o tecido de espuma fino e prender com agrafes. Cortar os excessos. Manter marcado com pregos os locais em que posteriormente se colocarão os parafusos para montar o cadeirão na estrutura.

3ª parte- colocar o tecido de revestimento bem esticado e prender com agrafes.

3ª parte- continuação da colocação do tecido final.

4ª parte- finalização do estofamento.

A Primavera chegou

A primavera inundou a minha casa. O calor começou, deixou de chover e o sol brilha tanto que, por vezes, precisamos fechar as cortinas.
Não me contive e deixei que as flores se fossem chegando para dentro de portas. Assim até a vida é leve.



O postal com o coelhinho foi feito por mim e pela minha filha de 9 anos. Não ficou uma delícia?

19.4.13

Mamã especialista

A minha mãe tem 86 anos e soube há cerca de 6 meses que tem insuficiência renal. Vimos o valores nas análises, vimos os resultados das ecografias e lemos tudo o que podíamos na internet acerca do assunto. Resultado: ficámos confusas.

Resolvemos que o melhor era consultar um especialista alimentar macrobiótico. A proposta foi feita à minha mãe, que também queria fazer uma dieta, e rumámos ao especialista que também é amigo meu. Bem, saímos de lá com uma dieta para a condição da minha mãe: cortar o sal completamente, não comer carnes,  cortar no açúcar processado, comer apenas uma colher de sopa de leguminosas por refeição, não comer laranjas nem beber sumo de laranja, não consumir lacticínios, comer apenas fruta cozinhada, comer cereais integrais,  comer grande variedade de vegetais, evitar as especiarias mas condimentar com ervas frescas e por aí. Posso dizer que a minha mãe começou a dieta com afinco, esperançada de que a função renal ía melhorar ou, pelo menos, que não ía piorar. Começou a dieta e continuou-a, embora com algumas queixas porque a comida não tinha sal e porque tinha saudades do sabor do leite e porque nem sempre a comida lhe sabia bem. Mas ao fim de algum tempo deixou de se queixar.

Também foi aconselhada a dar passeios diários de meia-hora, coisa que ela faz sempre, menos nos dias em que chove. Sobe sempre ao centro da cidade, todos os dias à tarde, e aproveita e faz uma ou outra compra.

 Hoje dei-me conta de duas grandes verdades. Uma delas é que a minha mãe se tornou uma especialista em croquetes. Sabe qual o melhor croquete da cidade, qual o café ou pastelaria onde se vende, quais as diferenças entre os croquetes das várias pastelarias. A outra verdade é que agora sei porque é que ela deixou de se queixar da dieta.